Arquivos do Blog

Os Remanescentes (Pioneiros do Reggae)já disponivel nas plataformas….Saiba+++

Pode ser uma imagem de 7 pessoas e pessoas em pé
Atualizado: 25/9/2021 –Foi um trabalho que não foi lançado, onde nós empregamos muitos sentimentos, muita luta, muita força, muita dedicação para que ele acontecesse. Nesse momento, ver como uma espécie de reedição de tudo aquilo que a gente passou e viveu, move emoção, move também satisfação, move mais empenho para concluir. Isso eu achei extremamente positivo. É uma oportunidade de rever essa obra em um momento histórico, antropológico e social diferente“.Marco Oliveira, compositor, arranjador e baixista.
SÓ REMANESCENTE FICARÁ….Já disponível em todas plataformas Digitais.
Crédito foto: Rás Pedro Daresy


Os Remanescentes – Os Pioneiros do Reggae no Brasil.

Pode ser uma imagem de 4 pessoas, pessoas em pé, pessoas tocando instrumentos musicais, violão e ao ar livre
Crédito foto Ipiaú Reggae

Os Remanescentes- Só Remanescente ficará….

Pode ser uma imagem de 3 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Conheça a História da Banda Remanescentes
   14/04/2003(escrito)
Remanescentes do Paraguaçu: Som originalmente Jamaicano com Nengo Vieira, Sine Calmon e outros!
Há várias maneiras de se cantar e fazer música brasileira e nas últimas décadas o reggae, originalmente jamaicano, tornou-se uma delas. A identificação com o ritmo e a possibilidade de expressar suas mazelas fez com que a juventude local adotasse e incorporasse definitivamente o reggae ao nosso caldeirão musical. Foi desse “caldo” que nasceu na década de 80 o grupo Remanescentes, fundado na Bahia por figuras importantes do nosso reggae nacional, como Nengo Vieira e Sine Calmon.

Originalmente formado por músicos da banda Studio 5, que acompanhou o cantor Lazzo Matumbi na gravação do compacto Guarajuba em 1982, o grupo surgiu da experiência comunitária vivida na residência de Nengo Vieira, em Salvador. Nessa época, o 53 (como era conhecida a casa) tornou-se uma espécie de albergue, onde conviviam e ensaiavam artistas como Jerônimo, Edson Gomes, Sine Calmon e até mesmo Raul Seixas. Esse cenário foi criando um ambiente propício para a formação musical e espiritual do grupo, que achou providencial mudar o nome e o discurso de suas letras. O nome sugerido por Tin Tim Gomes foi inspirado em uma passagem da Bíblia, Romanos 9: 27, que diz: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo”.

O Remanescentes foi um grupo alternativo comunitário que, segundo os seus ex-integrantes, tinha como objetivo levar a mensagem do evangelho através do reggae. Seus fundadores foram os cachoeiranos Nengo Vieira, Sine Calmon, Tin Tim Gomes e Marco Oliveira. A liderança ficou estabelecida e dividida entre os quatro, que faziam de suas casas em Cachoeira, suas congregações, onde reuniam-se com as famílias para a leitura e interpretação da Bíblia Sagrada. O grupo era formado por oito pessoas que adotavam a estética Rasta, mas que tinham uma forma particular de apropriação da religião. Ao invés de idolatrarem o imperador etíope Hailê Salassiê, que julgavam ser um homem como outro qualquer, adoravam e tinham como salvador Jesus Cristo. Do Rastafarianismo, porém, adotaram além da estética, a influência total da Rebel Music, o repúdio às instituições e o hábito do consumo da Ganja.

A presença e influência deles foram responsáveis pelo dinamismo artístico e “explosão” musical do gênero na região que contou ainda com a influência dos conterrâneos/contemporâneos Edson Gomes, Eddie Brown, Geraldo Cristal e Dionorina (esse da cidade de Feira de Santana). O próprio Edson Gomes chegou a cantar na banda Studio 5, participando do antológico show Negritude Reggae, em 1983 e mais tarde, Nengo Vieira, Sine Calmon e Marco Oliveira fizeram parte da banda que o acompanhava, a Cão de Raça. Durante algum tempo, Nengo Vieira foi guitarrista e arranjador dessa banda, sendo ainda parceiro de Edson na música Fala só de amor. Muitos dos solos de guitarra maravilhosos ouvidos nos primeiros discos de Edson foram criados pelo criativo Nengo.

Voltando a tratar do Remanescentes, é necessário enfatizar o quanto o grupo era respeitado em sua cidade natal e a influência que exerceu, e de certo modo ainda exerce, sobre a juventude local. Suas apresentações eram sempre prestigiadas e as fitas com gravações de ensaios e shows eram disputadas até mesmo na capital, pois durante a sua existência o grupo chegou a se apresentar em diversas cidades do recôncavo baiano e também em Salvador. O reggae feito pelos Remanescentes seguia o estilo roots jamaicano, que é o reggae que se fazia na Jamaica nas décadas de 70/ 80, também conhecido com reggae de raiz, com tempo 4/4, baixo na frente em tom grave, exploração melódica variada e incorporação máxima da bateria.

As letras, que traduziam bem o cotidiano dos excluídos, tratavam de problemas sociais, do amor incondicional e da esperança através das palavras espirituais. Apesar do Nengo Vieira ser o músico mais experiente e o principal letrista, tanto as músicas quanto as letras eram tratadas com muita atenção e participação de todos. O Remanescentes chegou a gravar um disco nos estúdios da WR, em Salvador, mas um tempo depois o grupo foi extinto. O álbum permanece inédito no mercado fonográfico, contudo algumas das canções que fizeram parte desse repertório foram gravadas nos discos dos seus ex-integrantes.

Sine Calmon foi o primeiro a gravar: Roda Peão (Nengo Viera); Policiar sim, malícia não (Nengo Vieira); Mississipi blues (Sine Calmon), Basta Man (Nengo Vieira) e É demais (Sine Calmon). Nengo Vieira também gravou Roda Peão (Nengo Vieira) e Basta Man (Nengo Vieira). Desse mesmo repertório Tin Tim Gomes gravou Guerreiro Mor (Nengo Vieira) e Pelo amor de Deus (Nengo Vieira). O empresário Wesley Rangel (proprietário da WR, um dos melhores estúdios de gravação da Salvador), grande admirador do trabalho dos Remanescentes, tem uma frase que representa bem o que aconteceu com o fim do grupo: “Remanescentes não acabou, Remanescentes floresceu”.

E foi exatamente o que aconteceu com o término, porque existem 4 bandas dissidentes do Remanescentes e mais, foram formadas muitas bandas assumidamente influenciadas por esta geração de regueiros. A partir de meados da década de 90 os cachoeiranos passaram a se apresentar com mais freqüência em Salvador, mais especificamente no Pelourinho, em bares como o Novo Tempo, Babilônia, Creole Cajun e Hotel Pelourinho. Foi nessa época que começaram a se formar as bandas de reggae Diamba e Adão Negro, pioneiras da nova geração em Salvador.

Assim, o trabalho dos Remanescentes continua vivo até hoje nas vozes de Sine Calmon, Nengo Vieira, Tin Tim Gomes e Marco Oliveira. Se o trabalho solo desses caras tem a qualidade que vocês conhecem, imaginem essas feras reunidas num só time! Os Remanescentes eram: Nengo Vieira (voz e guitarra), Sine Calmon (voz e guitarra), Tin Tim Gomes (vocal), Marco Oliveira (voz e contra-baixo), João Teoria (trompete), Quinho (bateria), Beto (percussão), Wilson Tororó (percussão) e Valéria (backing-vocal).
Crédito: http://www.surforeggae.com/
%d blogueiros gostam disto: