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Meu Amigo GOG = Genival Oliveira Gonçalves- #HipHopdeVerdade

“Meu amigo Gog, puxa lembrar de voce nos encontros lá na Vitrine Paulista, onde saiu tantas letras, e o movimento sério do Hip Hop se organizou na lojinha do japones Claudio na Boca do bairro em Santa Cecilia-SP (deve estar no Japão agora). Escutar hoje o que virou o Rap e não lembrar daqueles momentos de sabedoria e militancia verdadeira e hoje pensando aquí após assistir as desavenças dos rappers da antiga e nova geração ….e voce apesar das dificuldades AVANÇANDO cumprindo a missão com ética,papo reto de sempre…e aí me apareceu esta Excelente Matéria LUIZ MAKLOUF CARVALHO escrita em 2010 para Revista https://piaui.folha.uol.com.br/ mas que vale o registro da cena de verdade Hip Hop e com clareza ele explica como criou Brasil com P – (Assista Agora GOG Part. Maria Rita),depois leia a matéria. Prá terminar sinto até agora após produzir,divulgar tantos talentos….não ter agilizado nada para vc Gog….Deixa passar esta pandemia quem sabe realizo….Sempre agrandecendo à DEUS pela nossa Amizade..” #prontofalei #pokazideia

ASSISTA ANTES DE LER…. É PRÁ CHORAR, e procure depois o show completo….

É MARAVILHOSO DE #GRATIDÃO.. Paulo Diniz,Maria Rita,Lenine,Gerson King Kombo

https://www.youtube.com/watch?v=6v0oXz499xg

EDIÇÃO 41 | FEVEREIRO_2010

vozes do rap

SOCO, SUFOCO E FOGO NO GOGÓ DE GOG

A polícia perversa pega pretos, pobres e prostitutas, os políticos prometem em palanques praias e piscinas, pura palhaçada em proveito próprio, mas o poeta da periferia prevê populares portando pistolas, pólvora, pescoço, peito e pulmões perfurados

Genival Oliveira Gonçalves tirou a mala do bagageiro do carro, levou-a para a entrada do prédio e abriu-a no chão de cimento: CDs, DVDs e camisetas promocionais chamativas ficaram à mostra. Numa delas, lia-se: “O estudo é o escudo.” Àquela hora, seis da tarde, a Secretaria Municipal de Cultura de União dos Palmares, na zona da mata alagoana, deveria estar fechando as portas. Mas, com a autorização do secretário, Gonçalves expôs seus produtos para uma dúzia de possíveis compradores.https://www.deliciouus.com/assets/aserver?w=300&h=250&host=piaui.folha.uol.com.br&plugin_key=yZBrQUon9t01BomzSybW8w&ifradid=830106496175155&cmp=0

LUIZ MAKLOUF CARVALHO“É a mexerica do quilombo!”, proclamou GOG depois de três horas subindo e descendo a serra da Barriga, em Alagoas. “É a nossa santa ceia com Zumbi dos Palmares!”

Gog – Rap é Poder
Genival Oliveira Gonçalves foi alfabetizado aos cinco anos de idade pela
mãe, professora, que o iniciara nas crônicas de Cecília Meirelles. Era um fenômeno em concursos de ditado e sabia de cor as capitais do mundo. Respirava
cultura muito antes de conhecer o significado do termo. Não sabia que aquilo
de que mais gostava – o hip hop – era também uma “cultura”

“Gente, se não puder pagar à vista, eu divido em trinta, sessenta e até noventa dias”, dizia, animado. Apareceu um sujeito que, desinteressado, atravessou o burburinho – um evento, afinal, na pacata Palmares – ignorando-o por completo. Gonçalves se eriçou. “Seu Genésio me batizou com nome de caixeiro-viajante e me ensinou a vender”, disse. Carlos Roberto da Silva, o desinteressado, foi interceptado ao descer a pequena escada que levava ao portão e à rua. Guia turístico de 34 anos, Silva ruborizou levemente quando o grandalhão desconhecido – 1,80 metro e 85 quilos – abordou-o, com jeito, mas incisivo: “E aí, velho, não quer dar uma olhada nas camisetas? É o nosso trabalho de autogestão.” Silva não queria. Tinha pressa.

– Você compra uma camisa se eu falar rapidamente vinte palavras seguidas só com a letra “P”, tudo fazendo sentido? – propôs Gonçalves.

Antes que o rapaz pudesse responder, aumentou a oferta:

– Trinta palavras, todas com “P”. Trinta, velho. Topa?

– Trinta só com “P”? Não pode! – disse Silva.

– Quarenta. Topa? – aumentou Gonçalves.

– Posso anotar uma por uma?

– Pode.

Uma caneta materializou-se na mão de Silva. Mas ele regateou e só topou a aposta quando Gonçalves colocou no pano verde sessenta palavras com “P”. No meio da roda que se formou, disparou as primeiras:

Preferencialmente

Preto pobre prostituta

Pra polícia prender

Pare pense por quê?

Silva rabiscou treze “pês” numa folha de papel. E Gonçalves disparou mais dezenove:

Prossigo

Pelas periferias praticam perversidades PMs

Pelos palanques políticos prometem prometem

Pura palhaçada

Proveito próprio

Praias programas piscinas palmas

Como o rapaz não conseguia grafar o “P” no mesmo ritmo do rap, Gonçalves parou e sugeriu que marcasse com tracinhos, formando um quadrado cruzado a cada cinco palavras. Silva gostou. E, com o desafio virando festa, encheu uma folha de quadradinhos:

Pra periferia

Pânico pólvora pá pá pá

Primeira página

Preço pago

Pescoço peitos pulmões perfurados

Parece pouco

Pedro Paulo

Profissão pedreiro

Passatempo predileto

Pandeiro

Preso portando pó

Passou pelos piores pesadelos

Presídio porões problemas pessoais

Psicológicos perdeu parceiros passado presente

Pais parentes principais pertences
O rapaz se atrapalhava na contagem, mas foi até o fim:

PC [o tesoureiro de Fernando Collor]

Político privilegiado preso parecia piada

Pagou propina pro plantão policial

Passou pela porta principal

Posso parecer psicopata

Pivô pra perseguição

Prevejo populares portando pistolas

Pronunciando palavrões

Promotores públicos pedindo prisões

Pecado pena prisão perpétua

Palavras pronunciadas

Pelo poeta periferia

Na última estrofe, Silva começou a ouvir mais alguém fazendo um dueto com Gonçalves. Era o próprio. O som, ligado por um fã que o acompanhava, vinha do carro que o trouxera, estacionado ali próximo. Era a mais recente gravação de Brasil com P, uma das quinze faixas do CD GOG ao Vivo – Cartão Postal Bomba!, à venda em poucas lojas, na internet e na mala que ele carrega nas viagens. Nessa versão, o solfejo que pontua a sucessão de “pês” é da cantora Maria Rita.

No final da performance, Silva ficou sabendo que o camelô tem o nome artístico de GOG, as iniciais de seu nome. Ele as pronuncia como um monossílabo, enquanto fãs preferem chamá-lo de Gê Ó Gê. Silva terminou de marcar os “pês” com trilha sonora, visivelmente maravilhado. Desculpou-se por não conhecê-lo, e pagou a aposta comprando três camisetas e um DVD. Não tinha dinheiro para pagar à vista, então o rapper aceitou a metade e deu ao rapaz o número de sua conta, para que depositasse o resto no dia combinado. De boca, simplesmente.

GOG é um dos rappers mais premiados do hip-hop brasileiro. Em dezembro passado esteve entre os cinco primeiros do Prêmio Hutúz, junto com Racionais MC’s, MV Bill, Rappin’Hood e o falecido Sabotage. No show de entrega, incendiou a plateia com Brasil com P – premiado como um dos quatro melhores clipes da década.

O rapper faz 45 anos (ou “4.5 turbinado”, como prefere) em março. Seu primeiro disco de rap, ainda nos tempos do vinil, foi Peso Pesado, em 1992. O nono é de 2007, Cartão Postal Bomba!. Dois deles – CPI da Favela, no qual está a aliterativa Brasil com P, e Tarja Preta – entram em qualquer coletânea do rap nacional. O décimo, previsto para este ano, trará um rap calcado em Construção, de Chico Buarque, de quem GOG é admirador. “O Chico construiu, e eu vou desconstruir”, disse.

Numa entrevista a Fernando de Barros e Silva, publicada na Folha de S.Paulo em dezembro de 2004, Chico Buarque afirmou: “Quando você vê um fenômeno como o rap, isso é de certa forma uma negação da canção tal como a conhecemos. Talvez seja o sinal mais evidente de que a canção já foi, passou. Estou dizendo tudo isso e pensando ao mesmo tempo que talvez seja uma certa defesa diante do desafio de continuar a compor. Tenho muitas dúvidas a respeito. Esse pessoal [do rap] junta uma multidão. Tem algo aí. Eu não seria capaz de escrever um rap e nem acho que deveria.”

Às 6h30, GOG estava na esquina combinada, na cidade-satétite Guará II, onde mora numa casa térrea sem maiores confortos. Rogéria, com quem está casado há mais de vinte anos e tem dois filhos adolescentes, fazia o café enquanto esperava o pão que ele fora comprar. Ele tem ainda uma filha, de um namoro anterior, hoje com 22 anos. A moça mora com a mãe e ajuda na divulgação dos discos do pai.

De bermudão, camiseta e chinelo, o rapper tem uma aparência séria, quase carrancuda. Sua primeira tarefa no dia era levar o filho Guilherme à escola, pública, que fica no Plano Piloto. Foram num Golf prata 2001, cuja marca estampada na traseira foi alterada para “GOG”. O segundo compromisso foi cumprido a pé: visitar um amigo que passava por uma crise de depressão. O rapper foi levá-lo ao hospital onde tinha consulta.

Enquanto caminhava a passos largos e rápidos pela W-3, lembrou que a avenida está presente em algumas das 140 letras que compôs: contando que a média é de oitenta linhas por música, são quase 12 mil versos. Ele entoou a quilométrica letra na rua e no hospital, sem se importar com os passantes que viravam a cabeça para olhá-lo.

Era véspera de uma turnê de shows pelo Nordeste e GOG acertava, pelo celular, outros dois shows – um na praça da Sé, em São Paulo, por 15 mil reais, e outro em Jaú, no interior paulista, por 8 mil. Os telefonemas não paravam. Ele falou enquanto dirigia, esperava na fila de bancos e nas três horas que permaneceu em uma agência de viagens, atrás de passagens mais baratas. Quando se empolga, toca em vários assuntos simultaneamente, ou abandona um raciocínio para retomá-lo depois de dezenas de interpolações: parece um Eduardo Suplicy superacelerado.

Uma pergunta sobre a sua barba rala gera respostas assim: “Eu tenho orgulho, porque tem horas que eu pareço com o Che, né? Essa irmandade aí é uma coisa que eu gosto. Mas não busco. Talvez introspectivamente, não diretamente. Essa barba mostra um rosto muitas vezes jovem, mas também a maturidade da barba, do cabelo ficando branco. Surpreender e quebrar o paradigma é uma estratégia. Superar o prato feito que as pessoas pensaram que você era – e aí você passa a ser não só um bandejão.”

Também vai ao ponto quando quer: “Essa fita de aliança com o Bigode ninguém aguenta”, disse, referindo-se ao apoio do presidente Lula ao senador José (“Bigode”) Sarney. “Foi muito pesada. Então eu vou ter que voltar a esse tema no próximo disco, porque eu não posso jamais deixar isso passar batido. O pessoal espera isso do GOG.”

O rapper defende o governo Lula e integra o Conselho Nacional de Política Cultural. O presidente conhece GOG de eventos culturais. Num deles, pediu aos presentes, gente do hip-hop, que encaminhassem suas reivindicações “aqui para o nosso GOG”. Nas letras, ele atacou os Fernandos Collor e Henrique, este chamado de “sociólogo nojento”. Raposas da política brasiliense – como Joaquim Roriz ou José Roberto Arruda – também já foram para o seu paredão.

O vídeo do mensalão de Arruda, com os maços de dinheiro nos bolsos, meias e cuecas, levou GOG a participar de manifestações de protesto. O episódio também serviu de mote para uma terceira maratona das letras com “P” – “a última”, ele garante, “porque nem eu aguento mais”. Chama-se Ponto phinal. Somada a Brasil com P e a Próxima parte, são 542 palavras com “P”.

Em Ponto phinal, GOG pegou leve. Para não atrapalhar sua relação com o governo e com os políticos locais que o contratam para shows, fez uma crítica genérica, sem citar nomes, exceto o de Arruda. Nos últimos versos, ele defende:

Punição pros patifes!

Pena para Arruda?

Pega palmatória, pega palmatória!

“Não considero a palmatória instrumento de tortura, ela é mais lembrada como um corretivo”, esclareceu. “Foi a forma mais branda que encontrei para não chegar a:

Pena pro Arruda?

Pega pente, pistola

Pelotão! Preparar… pá, pá, pá!

A sala da casa de GOG fica fechada nas primeiras horas da manhã. É ali que ele instalou sua mãe, dona Sebastiana, personagem recorrente de suas letras. Piauiense de 77 anos, ela quebrou o fêmur numa queda na cozinha, em janeiro de 2007. Operou e voltou para casa. Recuperava-se, quando uma embolia pulmonar e dois derrames a levaram a uma unidade de terapia intensiva, onde ficou um ano internada. As sequelas a obrigam a ficar na cama, imobilizada. GOG transformou a sala num quarto de hospital e contratou uma enfermeira que fica de plantão. “Essa é a minha mãezinha, guerreira, que me deu tudo de importante”, apresentou-a, emocionado, na beira da cama. Dona Sebastiana não fala, mas tem os olhos abertos e, segundo o filho, se expressa por eles. Genival passou a mão pelos cabelos grisalhos, beijou o rosto e contou para ela que viajaria no dia seguinte para uma turnê.

Dona Sebastiana saiu de Gilbués, no extremo sul do Piauí, há 45 anos. Com Genival na barriga, foi morar na cidade-satélite de Ceilândia. Com quinze dias, ele nasceu. Genésio, o pai, hoje falecido, veio depois. Em Gilbués, cuidavam da terra e do gado dos outros. Genésio atravessava boi, a nado, no rio Gurgueia. Gostava de beber, às vezes além da conta, e era mulherengo. Até noivo ficava, se precisasse. “O pai não era envolvido com estudo, mas tinha uma linda caligrafia”, disse o filho. “Cuidou muito da minha educação. Com 5 anos eu já estava alfabetizado. O pai lia Cecília Meireles, tinha interesse em literatura. Sabia que era importante pra nós.”

Genésio trabalhou numa recauchutadora de pneus em Ceilândia. Dona Sebastiana virou professora concursada, primeiro de comunidade rural e depois em Brasília. A família melhorou de vida e comprou casa própria. Genival e seus irmãos – o bancário Sanderson e a funcionária pública Karlla Soraya – foram educados com rédea curta.

GOG estudou em escola pública, no Guará II, para onde a família se mudou quando tinha 8 anos. Foi trabalhar com 16 anos, como contínuo em um consultório de dentistas. Aos 12, quando começou a ir a festas nas cidades-satélites e a gostar de dançar, a música entrou na sua vida. “Minha trilha sonora era James Brown, Paulo Diniz, Roberto Carlos, Gerson King Combo”, disse. No final dos anos 70, a dança levou-o a formar o primeiro grupo, Os Magrello’s, com mais uma dezena de garotos do Guará II. Eles dançavam funk e soul, mas acabaram no break, que, com seus voos de braços, pernas e cabeças girando (referência à guerra do Vietnã e seus helicópteros), é característica do hip-hop.

Foi com Os Magrello’s que GOG viveu a primeira das muitas encrencas que teria com os parceiros: não deixou que os companheiros entrassem no Fusquinha usado que acabara de comprar. “Eles estavam suados”, explicou, sugerindo arrependimento, num banco de hospital, à espera do amigo depressivo. Saiu de Os Magrello’s com fama de metido, ou de “cheio de querer ser”, para usar um verso de Mano Brown, dos Racionais.

Montou outro grupo, o SOS Rap, que não foi adiante. Virou bancário, prestou vestibular e foi aprovado no curso de economia de uma faculdade particular. Mas o rap o pegara de vez. Os colegas do banco cansaram de vê-lo às voltas com letras enormes, que fazia no horário de trabalho. Abandonou a faculdade um ano antes de se formar. Fez gravações amadoras e as mostrou em shows e concursos nas cidades-satélites. Em 1989, conquistou o quarto lugar num torneio, com um rap que rimava “Brasília” com “oitava maravilha”.

Em 1990, em São Paulo, saiu o primeiro disco dos Racionais, Holocausto Urbano, com o sucesso Pânico na zona sul. Foi o sinal de que o rhythm and poetry, ou rap, era bem mais que a importação de um ritmo americano. Referindo-se aos Racionais, o músico e ensaísta José Miguel Wisnik escreveu, em 1997, que o rap de São Paulo era “o mais marcante fato novo da música no Brasil desde muito tempo, como expressão social, como linguagem, como fenômeno de produção, distribuição e criação do público”.

Para Fernando de Barros e Silva, o rap implodiu “o mito de nossa utopia cordial” e se constitui, “como expressão cultural e fato social, num sintoma furioso de um fim de linha histórico”. O músico e ensaísta Luiz Tatit não concorda que a canção venha cedendo espaço para o rap. “Nada é mais radical como canção do que uma fala explícita que neutraliza as oscilações ‘românticas’ da melodia e conserva a entonação crua, sua matéria-prima”, escreveu. “A existência do rap e outros gêneros atuais só confirma a vitalidade da canção.”

Para GOG, Pânico na zona sul provocou “o mesmo deslumbre que os americanos tiveram quando ouviram Malcolm X. Esse rap é uma convocação de guerra, com liderança, texto e personalidade”. Os Racionais prestaram uma homenagem a GOG ao citar um de seus mantras – “periferia é periferia em qualquer lugar” – numa das músicas de Sobrevivendo no Inferno. O brasiliense também os citou, em mais de uma letra. E também fez uma música na qual se comparou ao líder negro americano, assassinado em 1965: Malcolm X foi à Meca e GOG ao Nordeste.

Seguindo a trilha dos Racionais, o Distrito Federal, que já dera frutos no pop, como Legião Urbana e Raimundos, tornou-se uma referência do rap nacional. Ceilândia foi um dos berços do rap brasiliense. Um dos bebês daquela época, hoje com 42 anos e monumentais 170 quilos, é o DJ Jamaika. Ele não gosta que lhe perguntem o nome verdadeiro – “Pra quê?”, retrucou logo, de cara feia –, mas acabou concedendo: chama-se Jefferson Alves. Dois de seus raps, Síndrome de Caim e Chegando devagar, estão na trilha sonora de um filme com Arnold Schwarzenegger, Efeito Colateral. Jamaika tem dez discos gravados e estima já ter vendido 500 mil unidades. Naquele começo dos anos 90, ele e Alexandre Tadeu Silva, o rapper X, formaram o Câmbio Negro. Rendeu um único disco porque tiveram uma briga que persiste até hoje. A faixa Sub-raça alude ao faux pas cometido por Lula na campanha presidencial de 1989, quando disse que o Nordeste, se continuasse na miséria, poderia dar origem a uma sub-raça. “Sub-raça é a puta que o pariu”, grita X no refrão.

Nessa mesma época, Genival Oliveira Gonçalves, por sugestão de dois amigos, passou a se chamar GOG. Jamaika, ele e X tornaram-se amigos e parceiros musicais por alguns anos. Um dia se estranharam. Jamaika não quis falar sobre os motivos e X se recusou a dar entrevista. “Não vou falar porra nenhuma”, disse ao telefone. “O rap virou essa merda que está aí.”

GOG contou que a gota d’água da briga foi um comentário “infeliz” que ele fez referente a uma suposta superioridade de Guará II sobre Ceilândia – ou CI, como eles falam –, no quesito break. “Uma bobagem que custou dez anos de muita tensão”, disse o rapper. “Teve dia de eu sair com o ferro porque fui informado que eles iriam me acertar”, disse. (“Ferro”, no caso, é revólver.) “O acerto ia ser no Quarentão, um salão de festas de Ceilândia. Eles estavam lá, tudo ferrado, tudo maquinado, velho. Eu cheguei de boa, entrei, eles ficaram tudo me olhando, mas eu ignorei a provocação e fui-me embora. Mas eu me perguntava: qual das mães vai chorar? E respondia: a minha não vai.”

Jamaika, X e outros desafetos que GOG coleciona – “eu tenho essa sina” – levaram a polêmica para letras e discos. Uma das mais sulfúricas chama-se Falsa malandragem, e foi feita por Jamaika e Rei, outro rapper de Ceilândia. Nela, GOG é chamado de “girinão”, “gangstar”, “babão”, “otário”, “barrabás” e “safado”. Ele nunca respondeu. “É que eu sempre fui um cara da caminhada, velho”, explicou. “O problema é que eu tinha 2º grau, estava fazendo faculdade e tinha um bom emprego. Agora, se eu me desprovi da sua amizade, eu não vou falar mal de você e nem ficar caminhando com você. Só que eu vou crescer, cara, e crescer muitas vezes irrita o adversário.”

X também pegou pesado em Que irmão é você?, no qual ele diz do desafeto: “Ainda existem/ pessoas que por nós são consideradas/ e que depois de muito tempo mostram sua cara safada.” São águas passadas: Jamaika e Rei viraram evangélicos e pediram desculpas a GOG, que aceitou. Até cantaram juntos em shows.

Cláudio Raffaello Serzedello Corrêa Santoro – filho de maestro e bailarina famosos no Brasil e no exterior – é conhecido em Brasília como DJ Raffa. Tem 41 anos, é gordo de dar na vista e produziu, como músico e arranjador, discos marcantes do rap brasiliense. Tem quatro discos de ouro – acima de 100 mil cópias – como produtor. Sua história está contada no livro autobiográfico Trajetória de um Guerreiro, de 2007. GOG também encrencou com Raffa, ou vice-versa. Por causa de dinheiro. Em 1993, morando em São Paulo, Raffa não conseguiu cobrir um cheque que o rapper lhe emprestara. Pois GOG foi a São Paulo e simplesmente levou embora o teclado com que o amigo trabalhava, e só o devolveu quando o cheque foi coberto.

“Quem não errou nessa longa trajetória?”, perguntou o DJ, filosoficamente. “O GOG não tem papas na língua, não. Ele fala sem pensar, no calor da emoção. Mas é um cara do bem. Muito inteligente e bem informado. Suas letras são muito bem elaboradas, com boas rimas por dentro e por fora.” Raffa contou que uma vez, durante certa gravação em seu estúdio de Brasília, GOG, com o calor do desempenho, foi tirando e jogando peça por peça da roupa, sem parar de cantar. “Ficou só de cueca – o que é um bom exemplo da energia dele”, disse.

Desde o primeiro disco, na contracorrente do gênero, GOG não fala palavrões. Mas não lhe falta agressividade (o mau político “é sujo, é podre, é lixo”), nem versos inventivos (“não deixe o óbito se tornar lógico”). Ele explicou que não usa palavrões como “estratégia para que as músicas atinjam o máximo de pessoas. O rap nacional tem músicas com palavrões bem colocados, como Sub-raça, para citar só um exemplo. Outros forçam, são desnecessários e sem sentido”.

Ele começou a fazer sucesso em meados dos anos 90. Montou uma gravadora, lançou grupos novos e abriu meia dúzia de lojas no Distrito Federal para vender roupas e discos de rap. Rogéria é quem administra as lojas, hoje reduzidas a duas, uma delas no Shopping Conic. Ali também atende, em outra loja, o DJ Régis, de 35 anos, do grupo de rap evangélico Provérbio X. GOG foi convidado para fazer uma participação no show deles e topou. “Cada minuto com ele é um aprendizado, no rap e na vida”, disse Régis. “Pode escrever aí que eu amo o GOG do fundo do meu coração.”

Depois de onze anos como bancário, alternando terno e gravata com visual hip-hop, GOG pediu as contas. Já fazia muitos shows em São Paulo, num cansativo vai e volta. Chateado com as desavenças brasilienses – “era São Paulo me batendo palmas e Brasília me jogando pedra” –, mudou-se, em 1999, com Rogéria e as crianças, para Hortolândia, perto de Campinas. Ficaram quatro anos por lá e voltaram ao Guará II.

Num voo matinal Brasília-Maceió, primeiro destino de sua turnê de oito dias pelo Nordeste, GOG fez cara feia quando duvidei de sua capacidade de compor de improviso, como alardeava. “Me dá uma folha aí e escolhe um tema”, falou, ajeitando-se na poltrona desconfortável. Em pouco mais de um minuto, escreveu dezessete versos sobre o tema “A garota da Uniban”. Eles rimavam talibã com Unibanvestir com sentir e opressão com liberdade de expressão.

Num restaurante da praia da Ponta Verde, em Maceió, onde comeu lagosta pela primeira vez na vida, encantou as professoras Ruth Vasconcelos e Fátima Albuquerque, da Universidade Federal de Alagoas, responsáveis por sua contratação, por 10 mil reais. Jamais haviam visto um músico tão articulado e provocador. Outro organizador do show era Carlos Martins, aluno da universidade. Ele viu um espetáculo de GOG em Salvador, se empolgou, entrou em contato com o rapper e convidou-o a se apresentar em Maceió. As professoras cogitaram convidar nomes consagrados da música popular, como Milton Nascimento ou mesmo Chico Buarque. Carlos Martins convenceu-as de que o negócio agora era o rap, e que o rap era GOG.

Foram dois dias agitados. Já na primeira noite, GOG visitou a favela Sururu de Capote, à beira de uma lagoa fétida e poluída. Animado com um grupo de meninos que gostavam de rap, voltou aos tempos em que dançava, e improvisou um show-relâmpago. Na mesma noite, teve fôlego para uma reunião com grupos de hip-hop em um bairro periférico e para cantar Brasil com P à capela, só no GOGó. “Muita gente entra no rap por vaidade e para pegar as meninas, mas essa fita não vira”, disse aos 150 manos e minas que participaram do debate. “Nós temos que repensar e refundar o hip-hop.”

No outro dia, Carlos Martins levou-o ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na serra da Barriga. Lá, GOG agiu como se Zumbi ainda estivesse vivo. No meio da caminhada pela estrada de terra que levava ao parque, puxou o celular. Ligou para um presidiário amigo e juntos fizeram uma oração. “Pedimos liberdade a esse irmão e sabedoria para conduzir o nosso dia a dia”, rezou. O rapper zanzou pela serra íngreme, sozinho, por umas três horas. Reapareceu suado, feliz e com as mãos, braços e bolsos cheios de mexericas e laranjas. “Elas foram banhadas pelo mesmo lençol freático dos tempos de Zumbi”, anunciou ao voltar.

Carlos Martins e as professoras haviam conseguido, em prol do sucesso do show, uma entrevista junto à repetidora local da Globo. Não sabiam, como os fãs do rapper sabem há muito, que GOG e Globo só combinam no G. Assim como não toma Coca-Cola e não calça tênis da Nike, ele não dá entrevista para a maior rede de televisão. Disse isso a Martins com a tranquilidade dos eleitos. O rapaz insistiu, argumentou universitariamente, rogou, se alterou um pouco, disse que a universidade estava pagando. GOG ignorou tudo olimpicamente, e Martins desmarcou a entrevista.

Na manhã seguinte, em outro bairro pobre, o rapper foi ao estúdio modestíssimo de um DJ iniciante, Paulo Henrique Leite da Silva, o PH, de 26 anos. Antes de subir a escada caracol, GOG deixou o celular para o filho de PH brincar. No estúdio, cercado de admiradores, pegou o microfone e fez um discurso falando sobre a serra da Barriga, Zumbi, a revolução e a verdade. Foram quatro minutos e meio de transe ininterrupto.

Na noite do show, na praia de Pajuçara, 1 500 pessoas assistiram a seu show, que se desenvolveu num crescendo de entusiasmo, até explodir perto do fim. “Parece que um preto velho baixa em mim”, ele explicou. Apresentou-se com uma camiseta preta com a frente tomada por uma foto do presidente Barack Obama. Abaixo da foto, em letras cheias, a palavra “Revolução”. Em uma de suas músicas, em vez de usar o clichê “o barato é louco”, ele canta “o Barack é louco”.

Ele foi acompanhado na turnê nordestina pelo DJ A, ou Alysson Lopes de Lima. Ele tem 30 anos, é forte, usa tatuagens, brinco, camiseta e boné. Mas, sobretudo, é calado. Talvez por isso tenha conseguido não se atritar com o rapper, ou vice-versa. O segredo é que só se veem minutos antes de começar o show. O resto do tempo é cada um na sua. No palco, o rapper GOG não fica parado e suas letras saem cristalinas. A plateia que está logo à frente do palco se esgoela com o refrão: “Revolucionários do Brasil/ Fogo no pavio!/ Fogo no pavio!”

O melhor momento foi Brasil com P: GOG saiu do palco e cantou todo o rap, misturado com o público, andando sem parar e às vezes correndo como um louco. Uma hora, encostou num carro da polícia parado no calçadão e cantou de lá. Como faz em todos os outros shows, o rapper ficou duas horas atendendo aos fãs, e vendendo as camisetas, CDs e DVDs numa banca improvisada. Como em outras ocasiões, aceitou que dezenas de fãs – ou “seguidores”, como prefere – pagassem depois as compras, depositando o valor combinado na sua conta. Pelo telefone, Rogéria repreendeu sua liberalidade. “Eu faço isso para eles confiarem que a autogestão é possível”, respondeu o rapper, depois de tentar apaziguá-la com palavras de carinho.

Aligação para o presidiário amigo, feita da serra da Barriga, não foi a primeira que GOG fez para o rapper Dexter. Ele se chama Marcos Fernandes de Omena, condenado a 38 anos de prisão por homicídio e assaltos à mão armada. Cumprindo pena há doze anos, foi o criador, junto com Afro-X, do grupo 509-E. O nome do grupo homenageia o número da cela em que Dexter e Afro-X estiveram presos no Carandiru. A história da dupla está contada no documentário Entre a Luz e a Sombra, de Luciana Burlamaqui, lançado no final do ano passado. Dexter continua a carreira solo e, de vez em quando, é liberado da cadeia para compromissos profissionais. Ele ganhou um Prêmio Hutúz em dezembro.

Dexter tem ligações com o Primeiro Comando da Capital, o PCC, que controla boa parte dos presídios paulistas. GOG contou que Dexter o convidara, em nome do PCC, para que fizesse um show no dia de Natal, em um bairro da periferia de São Paulo, e lhe ofereceu 7 mil reais de cachê, em três prestações. “Aceitei porque eles fizeram uma consulta nas comunidades, e o escolhido fui eu”, disse. Sacou a primeira parcela, de 3 mil reais, de um caixa eletrônico em Maceió. “Está vendo como é? Eles pagam com antecedência e sem furo, como combinado”, disse, mostrando o extrato comprovando o depósito e reclamando da demora de outros contratantes.

Outro seu amigo e parceiro é o rapper Altino Jesus do Sacramento, o Gato Preto, condenado a dezenove anos de cadeia por sequestro e porte ilegal de arma. Está preso em Osasco. “Mesmo ele tendo dado essa desviada para o crime, o Gato Preto talvez seja o parceiro que eu mais ame nessa caminhada, que mais eu tenha orgulho”, disse.

O rapper chegou a visitar o cativeiro no qual Gato Preto guardava um refém, coreano. Ao saber do que se tratava, GOG não quis parceria. “Eu sou pelo certo”, falou. “Para mim, o crime não vira, o PCC não vira, o tráfico não vira.” São frases que ele também fala nos palcos – como disse nos shows de Olinda e de João Pessoa. Não é uma contradição para quem recebe dinheiro do PCC? “Pode até ser, mas eu não tenho medo da polêmica e da contradição”, respondeu. Gato Preto é um dos mandachuvas da favela do Jardim Colombo, na Zona Sul paulistana. Lá ele montou o Centro de Inclusão Digital Genival Oliveira Gonçalves. “Você chega e está lá aquela placona, com um monte de moleque no computador. É uma das maiores homenagens a mim”, disse GOG.

Autor de Bim Bom: A Contradição sem Conflitos de João Gilberto, livro de referência sobre o inventor da bossa nova, o professor e músico Walter Garcia, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é um dos poucos da área acadêmica a se interessar pelo rap – com foco na obra dos Racionais. “O GOG elabora uma crônica social, com o objetivo de conscientizar, visando uma modificação social e política profunda na sociedade”, disse Garcia. “Acho genial o uso do cujo na letra de Brasília periferia, quando ele se refere ao Roriz sem citar seu nome. É um jeito sofisticado de fazer poesia.” O trecho é este:

Daqui tô vendo luzes acesas

É Samambaia

Vários botecos abertos

Várias escolas vazias

Coisas inacreditáveis acontecem à luz do dia

Lá o vibrião da cólera seria epidemia

Reduto eleitoral bastante disputado

Hoje dominado por um infeliz

Cujo nome se rima não se diz

Walter Garcia definiu GOG como “um iluminista da periferia”. O rapper tem versos assim: “O raciocínio comanda meu punho”; “Atitude não é dedo no gatilho”; “Meu sonho um sorvete carregado em pleno sol”; “A verdadeira malandragem é viver”; “Ser preto é moda, concorda?/ Mas só no visual/ continua caso raro de ascensão social”; “Rap nacional é o terror que chegou”.

O rap começou a interessar Garcia em 1993, quando escutou Raio X Brasil, o terceiro disco dos Racionais. “Eu senti que ali tinha uma obra de arte, no mesmo nível de um disco do João Gilberto”, disse, citando um dos maiores sucessos do grupo, a música Fim de semana no parque.

A cantora Maria Rita ouviu falar de GOG quando gravava seu segundo CD. Foi Lenine quem lhe falou dele. “Quando ouvi Brasil com P, aquilo mexeu comigo demais”, disse ela. “Foi coisa de sentir raiva, de sentir lucidez, de sentir emoção. É uma obra-prima, uma coisa de gênio urbano.” Em 2007, GOG a convidou para participar do DVD ao vivo, gravado num teatro de Brasília. “A princípio, estranhei: por mais que ame rap, aquilo não era minha parada. Conversamos e sugeri que eu fizesse um vocalise mais sofrido, que coubesse dentro da narrativa dele e que tivesse mais a ver com o meu lance de intérprete. Ele topou ver como ficaria e, já na passagem de som, ficamos ambos arrepiados. O cara é inteligente, é articulado, é engajado, é preocupado.”

Maria Rita vê o rap como um “movimento urbano, contemporâneo, das massas oprimidas – e onde quer que seja, há opressão, há as minorias, há os Brasis com ‘P’. O nosso rap é retrato da nossa realidade, e, pelo que acompanho, não caiu na desgraça de ser diminutivo do sexo feminino, de esbanjar cifras, de fazer apologia à violência, como em algumas vertentes do rap americano. Eu acho que há muita consciência dentro do gênero no Brasil”.

GOG gastou 200 mil reais na produção do DVD Cartão Postal Bomba!. Além de Maria Rita, levou para um hotel de Brasília: Lenine, o cantor Paulo Diniz e o James Brown brasileiro, Gerson King Combo. Com 66 anos, Combo foi condecorado com a Ordem do Mérito Cultural pelo presidente Lula. GOG o aponta como uma de suas maiores influências musicais – e não esconde que defendeu a sua condecoração no Conselho Nacional de Política Cultural.

GOG explicou que Brasil com P surgiu da expressão made in Brazil. “Eu, moleque, me perguntava: por que com Z? Foi quando o KL Jay – e mais uma vez vem Racionais na minha vida – criou um selo e uma marca de roupa chamada 4P – Poder Para o Povo Preto. Mas tinha um O no meio. Então eu saí de duas indagações, o Brazil com Z e os quatro ‘Pês’ sem o O. Disse para mim mesmo: ‘Cara, eu vou fazer um Brasil não com S, mas com P.’”

E prosseguiu: “Depois que eu saquei, aí pronto. Quando a ideia louca surge, você não pode mais fugir dela. ‘Olha o tanto de escada que eu vou ter que subir’, pensei. Mas sabia que era uma grande obra, como construir uma ponte Rio-Niterói, e o nosso povo precisa.”

Ainda disse mais, mas chega. Na prática, escreveu um monte de palavras com “P”, fez um texto normal com a mensagem que queria passar, e foi substituindo todas as palavras por outras que começassem com P. “Aí você não perde a lógica, porque o texto já está ali”, contou.

No final do ano, a revista Rolling Stone publicou que Brown fechara um contrato de publicidade com a Nike. O rapper se justificou assim: “Não posso ser refém de nada, nem do rap. Vamos quebrar. Aquele Mano Brown virou sistema viciado.” Brown já havia dito, no programa Roda Viva, que passara a usar o tênis, mesmo já tendo xingado tanto a marca. “As contradições só acabam quando se morre”, argumentou. Resta discernir o que é responsa e o que é gogó, o que é real e o que é atitude.

GOG ainda não sabe direito como encarar os rappers iracundos que subitamente viraram garotos-propaganda das mercadorias que atacavam. Ele publicou uma carta de protesto, na internet, quando o rapper Emicida e a Nike assinaram um contrato que permitiu à empresa o lançamento de um tênis com a frase “A rua é nóiz”, da música Triunfo, de sua autoria. “A Nike não vira, o hip-hop tem que construir suas próprias alternativas”, disse GOG.

Mas quando a pergunta é sobre a mudança de Mano Brown, GOG embroma: “Ainda estou refletindo sobre as contribuições estruturais do MB, do seu surgimento. A repercussão é tão grande, profunda, que não gostaria de me concentrar nesse momento em mudanças, avanços, recentes.”

GOG diz que não usa drogas e bebe pouquíssimo. “Sou a favor da legalização do arroz com feijão”, repetiu algumas vezes. Nos oito dias da turnê, tomou quatro taças de vinho, duas antes e duas depois do show de Olinda. Ele e o DJ A foram de Maceió para Recife de ônibus. Ele mesmo comprara a passagem, na véspera.

O show de Olinda foi organizado pelas produtoras Iracema Abreu e Ilma Ferreira, que já o haviam levado em outra ocasião. A dupla já trabalhou com outras estrelas do rap, entre elas MV Bill. Deu trabalho encontrar, para Bill, uma camisinha tamanho GG, na alta madrugada. GOG, marido fiel até onde a vista alcança – “é, sim”, confirmou Rogéria –, não deu esse tipo de trabalho. Aceitou dar entrevista para uma rádio, não perdeu a calma quando a falta de luz provocou um atraso de três horas e ainda teve paciência para atender os fãs depois das três da madrugada, quando o show terminou.

No dia seguinte, às dez da manhã, estava ao volante de um carro alugado, que dirigiu até a capital da Paraíba. Havia outros motoristas no carro, mas GOG fez questão. Tirante uma ultrapassagem pela direita e uma invasão de sinal, dirigiu bem. Sua anfitriã e organizadora do show foi a rapper Kalyne Lima. Ela tem 28 anos, é casada, mãe, fez parte da dupla Afronordestinas e tenta carreira solo. Kalyne levou-o para um palco precário numa praça de João Pessoa – o lugar mais pobre em que se apresentou. O show começou às 23 horas, para 500 pessoas. Foi ali que ele tirou do bolso as mexericas banhadas pelo lençol freático da serra da Barriga. Tomou-as nas mãos, partiu-as, debulhou-as e deu os gomos aos fãs como se fossem hóstias. “É a mexerica do quilombo!”, proclamou. “É a nossa santa ceia com Zumbi dos Palmares!”

LUIZ MAKLOUF CARVALHO

Luiz Maklouf Carvalho, jornalista, é autor de “O Coronel Rompe o Silêncio”, da Objetiva, e coautor de “Vultos da República”, da Companhia das Letras.

#FoiAssim 16/10/18 #Regueira Alma Livre no ShowLivre #Confira bastidores

#FoiAssim 16 de Agosto 2018 às 14h

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Clemente apresenta Alma Livre

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Luana e Nell

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Agradecemos à todos que direta ou indiretamente tem nos ajudado e acreditado. Valeu showlivre.com pela recepção.

O que nos recarrega é encontrar  guerreiros da música como  Kiko e Clemente, #HISTORIAnaoestoria .. #DEUSNCONOSCO

Assista na integra o que rolou no Show Livre …..

 

 

 

ALVES (voz, guitarra, violões e composições),NALDINHO (teclados)
CHICO (teclados),SABIÁ (percussão),KLEBERSON (bateria),PAULO VIGILATTO (contra baixo)

Com a formação ALVES (voz, guitarra, violões e composições),NALDINHO (teclados)

CHICO (teclados),SABIÁ (percussão),KLEBERSON (bateria),PAULO VIGILATTO (contra baixo), acesse o site veja fotos,agenda e biografia

Com elogios da mídia nacional e estrangeira, prêmios da indústria da música, Show’s pelo Brasil, Argentina, Uruguay e Portugal, e ainda composições de primeira, a banda ALMA LIVRE criada no ano de 2006 em São Paulo, é a nova cara do reggae brasileiro. Os músicos Alves, Naldinho, Chico, Paulo, Sabiá e Kleberson, bebem de fontes do jazz e soul para temperar o reggae com mais gingado e groove, tudo envolto em temas sociais, de amor e espiritualidade, canções autorais cantadas em português, inglês e espanhol.

A banda lançou logo no primeiro ano de formação um trabalho demo que rendeu o troféu Os melhores do Reggae – 2006. Em 2010, o grupo gravou o segundo CD DEMO, El amor vencio, que rendeu um contrato com a produtora portuguesa Ritmos e Temas Produções. A parceria proporcionou ainda abertura comercial na Europa, Ásia e África.

Em Julho/2013, disposta a conquistar também o mercado Latino, a banda lança o CD homônimo Alma Livre, com canções em português, inglês e espanhol. Totalmente autoral, o álbum navega pelos estilos que fizeram parte da história da banda e também por canções românticas. A faixa 2 Its a New Day mostra a versatilidade e intimidade de Alves com os idiomas inglês e espanhol, é uma saborosa surpresa no disco, um reggae rico de elementos que remetem aos grandes nomes do gênero. Jesus is with me “Escrevi essa música não por motivos religiosos”, conta Alves. “Mas pra falar dessa inversão dos pontos verdadeiramente importantes da vida de Cristo. Enfatizam a forma como Ele nasceu e morreu, mas se esquecem de como Ele viveu, seus exemplos seus ensinamentos. Decidi fazê-la em reggae porque o gênero traz naturalmente uma certa ligação espiritual sublime”, explica o músico.

Naldinho, tecladista da banda, conta sobre a relação dos músicos com o trabalho. “O reggae é um estilo que sempre nos cativou por ter nascido nos guetos, num cenário de miséria, violência e preconceito. Em poucos anos se espalhou pelo mundo levando sua força, carregando nações inteiras com seu suingue e seu grito de paz e liberdade.

No dia 27 de Maio/2015 Alma Livre lançou oficialmente seu mais novo trabalho o single “Só A Luz Me Acalma” faixa que precede um novo album que já esta sendo preparado para ser lançado até o final de 2015. Gravado em São Paulo Masterizado na Holanda, o novo single é um reggae de peso, com uma forte base rítmica, uma sonoridade incrível e uma letra que fala da espera e da esperança quando planejamos e esperamos tanto algo que isso parece cada vez mais distante, a espera se torna maior que a esperança e o medo nos encontra e nos sentimos a sós na escuridão, mas de repente surge no horizonte uma nova esperança, e é como se ela nos carregasse e nos tirasse dali. É como ver a luz no fim do túnel, daí o refrão “Só a luz me acalma” duplo sentido para a palavra “luz” (Luz e esperança).

Dia 20 de Agosto/2015 estreou no Youtube o video Clipe “Só A Luz Me Acalma” Produzido pela Vertigem Filmes e dirigido por Walter Junior. O Clipe já entrou para programação da Play TV e Canal Woohoo.

Em Abril de 2016, depois de 03 turnes no Uruguay, 01 turnê em Portugal , 01 turnê na Argentina, 02 parcerias com músicos internancionais, 01 música lançada por uma gravadora estrangeira, mais de 60 sessenta shows pelo Brasil, 02 Cd’s Demos, 01 CD lançado independente e 03 video clipes, Alma Livre assina contrato com sua primeira Gravadora a ATRAÇÃO FONOGRÁFICA e já esta em studio preparando seu Segundo CD “DEIXA BRILHAR” com lançamento previsto para inicio de Maio/2016.

Em novembro +1 clip  será lançado com a produção da Gravadora Atração….Aguarde

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Nesta terça feira 16/10/18 AO VIVO pela
showlivre.com  às 14h espalhe

Clip Novo da Banda Planta & Raiz #Regueira.. Confira a Qualidade “Filho do Leão”

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“Ao assistir este clip passa um filme, daquela banda de meninos  que conhecí tocando naquela quadra de samba nos anos  2001/2002  que clip maravilhoso que poderia ser chamado também Os Filhos do Leão, eles venceram e chegaram até aquí #maximoRESPEITO….#Indico

Filho do Leão

Planta e Raiz

Vivendo na Babilon
O filho do Leão
Ele se sente forte
Ele está curado

Ele sabe que é filho do Rei
E vive a vida pra que o amor brote

Ele é humilde mas não abaixa a cabeça
E veste a farda de soldado da paz
Ele é humilde mas não abaixa a cabeça
E veste a farda de soldado da paz

Como um fora da lei foi criado
Nasceu com o espírito alado
Sempre foi um mano adiantado

Nunca conseguiu ficar paradoDesignado para ser um guerreiro
Mudar esse mundo que hoje tá cabreiro

Fez os bagulhos direito
Andou no caminho estreito
Aprendeu que na vida é desse jeito
Tem que tirar as coisa ruim do peito

Alucinado pra cumprir a missão
Levar adiante o bem pra essa geração

O filho do leão
Não flerta com a dor
E em seu novo mundo
Não há violência

Fez de si uma nova canção
Um canal só de notícia boa

Ele é maluco mas não perde a cabeça
Tá no caminho da evolução
Ele é maluco mas não perde a cabeça
Tá no caminho da evolução

Filho do Leão
Mais um filho do leão
Filho do Leão
Mais um filho do leão

Seu jeito de agir
na positividade
Em meio a essa guerra
Faz a diferença

Um exemplo de superação
Uma história pra mudar a sua

No travesseiro quando deita a cabeça
Ele tem sonhos de um mundo melhor
No travesseiro quando deita a cabeça
Ele tem sonhos de um mundo melhor

Filho do Leão
Mais um filho do leão
Filho do Leão
Mais um filho do leão

 

ATENÇÃO!!! Grupos de Rap, bandas de rock, hardcore, metal, pop, soul, blues, jazz, folk, indie, reggae, ragga,Adoração – SEED FESTIVAL premiação EP ++confira shows que vão rolar

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Grupos de Rap, bandas de rock, hardcore, metal, pop, soul, blues, jazz, folk, indie, reggae, ragga.. fiquem espertos pois as inscrições para o SEED Festival já estão abertas… E ta valendo um EP de premiação pro 1o colocado!

 

 

                                        Regulamento e infos no site www.seedfestival.com.br
+++ INFO mandar mensagem via WhatsApp para 11 97677-1304 (Márcio)

Shows 

PREGADOR LUO

O rapper paulistano Pregador Luo tem mais de 25 anos de carreira, sendo 20 anos com o Apocalipse 16, grupo no qual é líder e fundador. Ele é proprietário do selo independente 7 TAÇAS, pelo qual lançou ao todo 14 CDs e 2 DVDs, que venderam mais de 1 milhão de cópias. Com sua banda, […]

MARCELO BIORKI

Marcelo Biorki (36) vem usando o hip hop (rap), há aproximadamente 20 anos, como ferramenta de lapidação de jovens e adolescentes pelo Brasil a fora. Em 1998 fundou o grupo SHEKINAH RAP, com o qual lançou dois discos, o primeiro em 2005 intitulado “Mais que poesia” e o segundo álbum chamado “Rimas de sangue” em […]

ALVA

Alva é uma banda de Hardcore/New Metal de Santos, com 4 rapazes envolvidos pelo mesmo Espírito, o mesmo foco e o mesmo chamado. Uma banda, uma família, um exército espalhando uma mensagem de vida. Formação: Silas (bateria) , Paulo (guitarra) , Jonatas (baixo) , Wander (vocal). https://www.youtube.com/c/bandaalvatv http://www.facebook.com/Alva-114345165325473/

UNLIFE

Nascida em 2006, a Unlife é uma banda com a proposta de trazer uma mensagem reflexiva sobre questões existenciais atuais, seus questionamentos refletem sobre a narrativa do dia-a-dia e suas nuances espirituais. Sua musicalidade é exótica e com influências que vão de Rihanna à Slayer, a banda sempre traz para o palco toda a sinceridade […]

734

734 é um grupo de amigos que cresceu junto e ama fazer música. Liderados por Nathan Gouvêa, a 734 é fruto de influências musicais das mais variadas – desde o clássico U2 até a levada funk rock do Red Hot Chilli Peppers – porém com identidade própria, sonoridade exclusiva e que imprime a verdade da banda […]

BAYSIDE KINGS

Bayside Kings é uma banda de hardcore da cidade de Santos, São Paulo, Brasil e foi formada em 2011 por amigos membros de outras bandas locais. Com o sentimento de desejo de mudança, convictos de que tudo começa de dentro para fora, a inspiração da banda vem através de conflitos pessoais, idéias, e convicções.

REDENÇÃO TRIBAL

A banda Redenção Tribal nasceu em dezembro de 2004, com um grupo de amigos que possuía um mesmo ideal de vida e queria fazer um som. “O nome tem a ver com aquilo que acreditamos. Somos uma banda composta por músicos cristãos que surgiu dentro do contexto desta grande metrópole que é São Paulo.

LIST

Nascida em São José dos Campos (SP), a banda List tem 7 anos e passou por 3 formações. “Não temos muito o rótulo de estilo musical, tocamos Rock.  Nossa música se resume a letras do cotidiano de qualquer pessoa e sobre a vida, tristezas, alegria e respeito ao ser humano.

+++ INFO mandar mensagem via WhatsApp para 11 97677-1304 (Márcio)

Luiz Melodia 1951/2017 +++1 Imortal se foi porém sua Obra Ficou #Indico #Ouca

“Pois que época é esta 2017 ++++ 1 Imortal se foi e agora fica  este saudosismo da mídia que ESQUECEU este talento entre outros que estão desaparecendo e aí ficam no REVIVAL Pérola Negra Luiz Melodia (Felino) como no nome e sobrenome  fará falta…..Saudosismo me bateu e achei este LP DE 1983 que comprei l chegou até à  riscar de tanto OUVIR…Prá quem não viu o SHOW perdeu este showman da periferia Único….muitas vezes como Raul Seixas,Tim Maia,Itamar Assunção entre outros  fazia nos  esperar horas de atraso rsrs e sempre com shows LOTADOS… era subir no palco e todos esqueciam…Puxa prá tantos que só conhecem esta ATUAL pobre Música Brasileira…realmente ficaram órfãos destas figuras que estão indo embora sem conhecer..Fica Dica pergunte para o teus pais se ainda tem algum VIVO e assista….que DEUS ABENÇOE TODOS que ficaram e não assistiram shows. Basta ouvir música SÓ (aos 16minutos  do vídeo Felino)… #ProntoFalei

#Fonte Odack Costa

 

R.I.P Luiz Melodia – Negro Gato – Pérola Negra

Falecimento4 de agosto de 2017

 

 

Raul Seixas Inicio Fim e o Meio #Indico

“Pois é 28 de junho, Raul Seixas completaria 72 anos  e não é que o considerado o pai do rock brasileiro foi esquecido pela mídia eu não ví nenhum alarde como o show que U2 fará no Brasil Tupiniquim nestes dias que estão por vir…Um dos mais lembrados  deste rock  em decadencia atual ,de um ousado que misturou Forró com Rock (Luiz Gonzaga com Elvis Presley),com letras super atuais como (Aluga-se  ) …lembrado principalmente nas Cracolandias,guetos com Metamorfose Ambulante ou a motivocional  “Tente Outra Vez”…Antes que você comece à criticar #Indico este filme  que com maestria de direção Walter Carvalho, como um documentário ele desvenda a fraqueza deste Herói com as drogas,bebidas e Amizades,enfim assista até o final e entenda  a importância do MEIO  neste Inicio e Fim desta trajetória de Rebeldia …. Se puder faça seu comentário” #prontofalei 

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Raul – O Início, o Fim e o Meio | Crítica

Documentário coleta os muitos Rauls Seixas para recompor o mito
22/03/2012 – 20:07 MARCELO HESSEL

Mais que Michael Jackson ou Marilyn Monroe, é muito fácil ser sósia de Raul Seixas (1945-1989). No documentário Raul – O Início, o Fim e o Meio, aparecem alguns deles, em reuniões de fãs. Se o músico estivesse vivo, misturado naquela multidão de cavanhaques e óculos escuros, seria impossível diferenciar o verdadeiro e suas imitações.

Mas qual é o verdadeiro Raul Seixas? O diretor Walter Carvalho (em co-direção com Leonardo Gudel e Evaldo Mocarzel) colhe entrevistas com meia centena de pessoas, desde os amigos de adolescência de Raul até o dentista que consertou-lhe os dentes no fim da vida. Mesmo quem prefere não se pronunciar, como a primeira esposa, Edith, tem a recusa registrada na tela. O esforço de pesquisa é o forte do filme – mas isso gera, necessariamente, uma melhor compreensão de quem foi Raul?

Talvez a declaração mais importante venha da pessoa que mais mede as suas palavras, Paulo Coelho. O escritor, parceiro de composição de Raul na fase mística, nos anos 1970, diz que “Raul é mito” e seria, portanto, impossível biografá-lo, porque “não se conta a história de mitos”. Não deixa de ser uma postura cômoda – Coelho foge de assertivas e é, dentre todos os entrevistados, quem mais teria a perder com revisionismos – mas o fato é que o escritor tem certa razão. À parte o clichê da metamorfose ambulante, Raul Seixas, como ícone, se define pela imagem que fazem dele.

É sintomático que os entrevistados se comportem como se integrassem núcleos: há os anglófonos (os familiares que hoje vivem nos EUA), os anglófilos (os fãs de rock, os motoqueiros easy riders), os malditos (os satanistas, os hippies que pararam no tempo), os fãs/sósias e, claro, há os representantes da imprensa, sempre repetindo que o músico “tomava de assalto” as cenas em que se inseria (o que autoriza as reivindicações de cada um desses coletivos, que obviamente veem na popularidade de Raul uma forma de legitimar a si mesmos).

Walter Carvalho sabe que está fazendo um filme sobre o mito, por isso dramatiza episódios (o amigo visitando o fã-clube de Elvis, a empregada voltando ao prédio onde Raul morreu) para, nas reencenações, dar a esses momentos uma solenidade que esteja à altura do mito. Em certa cena, Carvalho toca para Lena, uma das ex-mulheres de Raul, uma fita para que ela conheça uma opinião do músico – mais uma construção de imagem que parte do cineasta. Raul – O Início, o Fim e o Meio não é muito diferente, no fim, dos entrevistados que dão seu testemunho da grandeza de Raul Seixas; o filme também quer um Raul pra si.

Na tela isso acaba funcionando porque, afinal, o biografado tem na impermanência a sua principal característica. Raul foi o artista mais acessível da nossa linhagem de antropofagistas (ele dizia não roubar, mas “desapropriar” o estilo e as músicas de Elvis, Bob Dylan, Luiz Gonzaga), e a admiração de Caetano Veloso, visível no filme, é uma prova disso. Que a imagem do homem desapegado – que amou muitas mulheres e alavancou as carreiras de seus parceiros – tenha também algo de trágico só intensifica o mito.

É por isso que há tantos sósias. Poucos ícones populares permitem, como Raul Seixas, que a apropriação de sua imagem seja também uma forma de autenticidade.

Raul – O Início, o Fim e o Meio | Trailer

Nota do crítico  (ÓTIMO)

Morte de Belchior é o fim de uma história triste e misteriosa por Silvio Osias

“Passado estes dia após a mídia dá uma esquecida, não poderia de registrar este compositor que fez parte da minha vida estudantil,politica e de poeta…Era impossivel ir no Bar Opinião,butecos do Bixiga e não terminarmos a madrugada  cantando suas composições…Conhecí pessoalmente ele nos circuitos já fora da mídia mas como Zé Geraldo (muito Vivo) Belchior estava nos circuitos culturais,Sesc e eventos alternativos sempre discreto e com aquele olhar de enigma e voz rouca nordestina..Neste momento ainda me pergunto o que fez ele se distanciar de tudo sumir neste últimos anos ,se matar  aos poucos e como Rapaz Latino Americando terminar sua vida Sem Nenhum dinheiro no banco pois Ainda somos -Os mesmos e vivemos -Como os nossos pais e será que realmente entendeu quem era DEUS. Basta refletirmos  e continuar à  cantarolar suas músicas, mas vermos a importancia de cada minuto que possa ser últim o em nossas vidas com DEUS ou sem ele. Voce decide? Que ele tenha tido a oportunidade de estar agora em um bom lugar. Compartilho deste belo texto de Josias Osias, que escreveu sem rodeios sobre o Poeta” #ProntoFalei

Morte de Belchior é o fim de uma história triste e misteriosa

Quero desejar, antes do fim,

Pra mim e os meus amigos,

Muito amor e tudo mais.

Que fiquem sempre jovens

E tenham as mãos limpas

E aprendam o delírio com coisas reais

Foram os versos de Belchior que me ocorreram quando soube da sua morte.

Fagner 1946/2017

Soube da existência dele no início da década de 1970 quando ouvi Mucuripe, composta em parceria com Fagner. Havia a versão de Fagner, no disquinho de bolso do Pasquim, e a de Elis Regina.

Tinha um verso encantador:

Calça nova de riscado/Paletó de linho branco/Que até o mês passado/Lá no campo ainda era flor

Depois veio A Palo Seco, no disco de Fagner:

Se você me perguntar por onde andei/No tempo em que você sonhava

Um pouco mais tarde, o grande impacto: Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida, abrindo Falso Brilhante, o disco de Elis:

Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos/Ainda somos os mesmos/E vivemos como nossos pais

Ou:

O que há algum tempo era jovem, novo/Hoje é antigo/E precisamos todos rejuvenescer

Quando o LP Alucinação deu dimensão nacional a Belchior, já tínhamos sentido o impacto do seu talento.

Estávamos diante de mais uma voz que falava por sua geração na noite brasileira.

Não tinha grandes dotes como cantor e era melódica e harmonicamente muito limitado. O negócio dele eram as letras. Escreveu algumas absolutamente antológicas. O seu lugar na história da MPB está essencialmente associado à força da sua poesia.

Parece paradoxal, mas a marca de originalidade das suas letras está na habilidade com que lidou com referências e citações. Belchior sempre demonstrou ter plena consciência disso.

O melhor do seu cancioneiro se resume a quatro discos, gravados entre 1976 e 1979. Um na Philips, três na Warner. Neles, estão as suas canções mais importantes. As que de fato ficaram arquivadas na memória afetiva do seu público.

Durante quase 25 anos, a partir do início dos anos 1980, Belchior muito pouco se renovou, mas fez bem a manutenção da carreira, cantando grandes sucessos para uma plateia fiel.

Na segunda metade da década passada, saiu de cena. Abandonou a carreira, afastou-se da família e dos amigos, sumiu dos palcos e dos estúdios. Uma história misteriosa, estranha e triste.

A sua morte, aos 70 anos, é o epílogo dessa história.

Fonte : http://blogs.jornaldaparaiba.com.br

Como nossos Pais – Belchior

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto é menor
Do que a vida de qualquer pessoa

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está
Fechado pra nós, que somos jovens

Para abraçar meu irmão e
Beijar minha menina, na rua
É que se fez o meu lábio, o meu braço
E a minha voz

Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado
Com uma nova invenção
Vou ficar nessa cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração

Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança é o quadro
Que dói mais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais

Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências, as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer que eu estou por fora
Ou então que eu estou enganando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem

E hoje eu sei, eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus
Contando seus metais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos

Como nossos pais!

Composição de Belchior https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior

Leia + 1 matéria http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/128/belchior-pequeno-perfil-de-um-cidadao-incomum

Voce já cantou “Olhos Coloridos” Sandra de Sá…Saiba como foi feita #sabiaque Sabia que??

“Tantas músicas cantarolamos nos Karaokes da vida,sempre achando que é alegria…porém sempre é bom saber….e através do meu brother Mr.Pingo(DF) descobri esta que gostaria de compartilhar” #ProntoFalei

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Macau,conta em que situação um dos maiores Hits da MPB(MúsicaPráPularBrasileira)

✔️Você sabe como foi feita a música: OLHOS COLORIDOS?!!

Veja como foi:

Uma das canções mais conhecidas da música brasileira, “Olhos coloridos”, que ficou célebre na voz de Sandra de Sá no começo dos anos 1980, é fruto de uma experiência pela qual muitos negros brasileiros ainda sofrem: o racismo. Macau, autor da música, a compôs na década de 1970, após ser preso injustamente pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em uma exposição de escolas públicas no Estádio de Remo da Lagoa. A canção é considerada um símbolo do orgulho negro no Brasil.

Macau era então morador da Cruzada São Sebastião, no Leblon, na Zona Sul do Rio, onde muitos moradores tinham origem na Favela da Praia do Pinto, na mesma região, que foi destruída por um incêndio em 1969. Como o álbum que havia gravado com os amigos não foi bem nas vendas e não foi bem divulgado, Macau entrou em depressão. Na tentativa de animá-lo, um amigo o levou para ver uma exposição escolar no Estádio de Remo da Lagoa.

Com roupas simples e cabelo black, foi interpelado por um policial militar e convidado a passar por uma averiguação. Dentro de uma sala, foi ofendido por um sargento. “Ele me levou para um escritório. E tinha um sargento, baixinho, que quando eu cheguei ele ficou rindo e disse: ‘eu estou vendo você lá de baixo, você não é fácil, hein? Você ri demais, fala demais’”, conta Macau.

As ofensas continuaram e se estenderam ao cabelo, a roupa que ele vestia e ao local onde ele morava, quando Macau alegou, em sua defesa, que era morador da região.
“Ele disse: ‘Você mora naquela lama ali, cheia de bandido’. Eu disse que bandido não, ali não tem bandido. Eles são moradores da Cruzada São Sebastião. E ele: ‘É isso mesmo. Tudo pobre, tudo favelado, essa coisa toda, tudo negro’. Eu disse que ele estava com preconceito, com discriminação. E falei ‘O sangue que corre na sua veia, corre na minha veia também. É vermelho. Você está com preconceito’,” relata o compositor.

Depois disso, Macau foi preso e colocado em um camburão às 15h. O veículo circulou por toda a cidade, vários suspeitos de crime foram colocados ali dentro e, no fim das contas, ele só chegou à delegacia à 1h do dia seguinte.
Apreensivos por ele ter sido levado pela PM, Macau foi encontrado só no dia seguinte, pelo padre Bruno Trombetta, da Pastoral Penal da Igreja Católica. Quando foi libertado, o padre fez menção de levá-lo para casa, mas ele não quis. “Eu fiquei tão revoltado que queria explodir. Eu falei: ‘Eu vou para o mar, quero ficar sozinho’”, conta Macau.

Diante do mar do Leblon, Macau chorou e, colocando as ideias em ordem, compôs a letra que se tornou um um desabafo. “Eu comecei a olhar o mar e veio, de uma forma única, o texto dos ‘Olhos coloridos’. Eu comecei a chorar, veio na minha mente todo esse texto. Eu corri para casa, peguei o violão e comecei a tocar a canção”, conta o cantor.

A música foi gravada por Macau em uma fita em 74, mas ficou desconhecida até chegar às mãos de Sandra de Sá, por meio de um produtor. Em 1982, ela gravou “Olhos Coloridos”, que estourou nas rádios.

“Não é à toa que ela é chamada de rainha da soul music brasileira. Ela tem raça. Toda vez que eu a escuto cantando a minha música, eu também fico emocionado. É sempre novo, é sempre uma luz”, elogia Macau, que acredita que a música não teria o mesmo peso se fosse gravada por ele.

Fonte : G1

O Rappa vai parar….confira

O Rappa anuncia pausa aps 24 anos de carreira (Foto: Divulgao)

“Salve família! Desde que voltamos aos palcos, em outubro de 2011, vivemos experiências incríveis. Talvez as mais importantes desses mais de 20 anos de carreira. Viajamos o Brasil de ponta a ponta, lançamos dois discos, emendamos quatro turnês internacionais que incluíram um Lollapalooza nos EUA, mais de dez datas na Europa, três na Austrália e uma na Nova Zelândia. Vimos nossos fãs crescerem, construírem famílias e trazerem filhos e netos para os shows. Além disso, nossas redes sociais nos aproximaram de vocês, os fãs mais “crazy” do planeta! Mas chegou a hora de dizer que vamos parar e, desta vez, sem previsão de volta. A boa notícia é que vamos terminar esta turnê. Os shows estão confirmados até fevereiro de 2018. Esperamos ver todos nossos fãs nestes shows. Fiquem ligados na nossa agenda. O nosso muito obrigado a cada um de vocês pelo carinho e dedicação de sempre!”, diz a nota, na íntegra, assinada por Marcelo Falcão, Marcelo Lobato, Lauro Farias e Xandão Meneses.

Formado em 1993, O Rappa é um dos grandes grupos das últimas duas décadas da música brasileira, dono de vários hits desde o segundo disco, “Rappa Mundo”, de 1996, que tinha sucessos como as versões de “Hey Joe” e “Vapor Barato”. O grande sucesso veio no disco seguinte, “Lado A Lado B”, que colocou a banda como uma dos maiores do cenário nacional, com músicas como “Minha Alma (a paz que eu não quero)”, “O Que Sobrou do Céu”, “Me Deixa” e “Lado B Lado A”.

Depois que o então baterista do grupo, Marcelo Yuka, ficou paraplégico vítima de um assalto no Rio de Janeiro, em 2000, a banda ainda seguiu com ele por mais um disco, “Instinto Coletivo”, lançado em 2001. Depois, Yuka deu lugar a Lobato nas baterias e também nas composições do conjunto.

O primeiro disco com a nova formação veio em 2003, “O Silêncio Que Precede o Esporro”, e também trouxe muitos sucessos. “Reza Vela”, “Rodo Cotidiano” e “O Salto” foram algumas daquele álbum que estouraram.

“Na minha opinião o melhor grupo que misturou reggae,rock,black,HipHop,Repente  sempre com uma idéia forte e com clips marcantes.Na certeza deste momento PARAM prá todos terem seus trabalhos individuais…..na minha opinião prá daqui tempo voltarem prá bater aquela carteira rsrss…pois não vejo quem possa substituí-los. Até breve” #ProntoFalei

assista clip pioneiro https://www.youtube.com/watch?v=vF1Ad3hrdzY

Fonte: http://multishow.globo.com/musica

Black Mix -Melhor do Reggae&Blackmusic Voltou Web radiosemfronteirasfm.com

Agora é OFICIAL BLACK MIX com melhor do Black&Reggae de volta todos sabados 10h www.radiosemfronteirasfm.com com reprise Bandas,Grupos com letras SEM APOLOGIAS(Drogas,Politica) idéia POSITIVA. participem enviem material. oprodutor1@gmail.com Espalhe…..

No Inicio era BlackMixGospel e se tornou Black Mix online 24h

.ouvido Brasil,Portugal,Japão,Australia,Africa, EUA

Programa idealizado no extinto site oprodutor.com , por volta de 2002 até 2009  com o melhor do BlackMusic com todas as tendencias, deu espaço para lançamento de novas bandas. Tinha  como principal veiculo para divulgação de Agenda de Eventos sempre com a mensagem NÃO DROGAS e outras Porcarias…Passado anos vemos muitos que perseveraram e estão na vitrine atual como Ao Cubo,Nengo Vieira,Reobote Zion,Mano Reco,Tribo de Louvor entre outros.No programas sempre com raridades Racionais Mcs,Bezerra da Silva, Rodolfo,Christafari,Imsi..

E Agora 2017 estamos Voltando  todos sabados às 10 com reprise na madrugada acesse http://www.radiosemfronteirasfm.com/ com o BAÚ da BlackMix em breve programas INÉDITOS e  se vc tem bandas, grupos, mande para oprodutor1@gmail.com

E se quiser conhecer como rolava  https://www.podomatic.com/podcasts/blackmixgospel  e Boa Viagem

#BoraAvancar #Reggae #HipHopVerdade #Pedrada #BlackMix #oprodutor

Voltamos na Web Espalhe

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